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Neste dia internacional da juventude, gostaria de cumprimentar, afectuosamente, todos os jovens cabo-verdianos, residentes no País e na diáspora, todos os jovens que escolheram o nosso país para viver, todas as organizações juvenis, instituições públicas e organizações privadas que lidam com a temática juvenil.

 

Costumo dizer que a juventude é uma das etapas mais marcantes no nosso percurso de vida, por excelência, é a idade dos sonhos, dos desejos e um momento ímpar de confiança na vida e de definição de metas para o futuro.

 

Este ano as Nações Unidas propõem a celebração deste dia sob o lema “saúde mental importa”, chamando a atenção para um tema extremamente importante no desenvolvimento desejável desta faixa etária, porém, muitas vezes negligenciado - a saúde mental.

 

Tal lema serve, hoje, de pretexto para uma chamada de atenção relativamente a uma questão que deve estar no centro das nossas preocupações e que tem o potencial de afectar gravemente a saúde mental dos nossos jovens; refiro-me ao uso abusivo de drogas, em especial o álcool. O sofrimento que o alcoolismo vem causando num número apreciável de famílias faz com esta seja uma preocupação que exige respostas urgentes.

 

Infelizmente, determinadas condutas inadequadas que tendem a generalizar-se entre nós, como sejam os comportamentos violentos, especialmente no seio da juventude, têm como causa o uso de substâncias psicoactivas. E, não é pelo facto do álcool ter forte presença na cultura cabo-verdiana que se deve ignorar o risco que ele representa. Pelo contrário. Torna-se imperioso que um grande esforço seja realizado ao nível nacional para fazer face a esta problemática que ameaça corroer os alicerces da nossa sociedade, especialmente a sua juventude, não descurando que é dela a grande responsabilidade na escolha dos próprios caminhos a seguir.

 

Desde que fui eleito Presidente da República, nos diversos encontros que venho fazendo com os jovens, em vários concelhos do país, tenho procurado sempre ouvir os seus anseios, as suas preocupações, reivindicações e expectativas, na mesma medida que também os tenho exortado e apelado a optarem por uma atitude saudável, uma atitude de uma maior exigência face às circunstâncias que implicam deles escolhas, pois que todas as escolhas, inevitavelmente, trazem consigo consequências.

 

Não me canso de dizer que vocês os jovens, enquanto actores na construção do presente e do futuro de Cabo Verde, devem sempre primar por uma atitude de maior rigor, por uma cultura do esforço, da irreverência e pro-actividade nas vossas acções, sempre com sentido de compromisso no exercício da cidadania, ou seja, de uma participação cidadã mais forte, pois que a força da juventude é real e merece ser exercida e compreendida muito para além de um mero slogan eleitoralista.

 

A população cabo-verdiana é maioritariamente composta por jovens e esta, cremos ser a razão pela qual se exige de vós, jovens, e das vossas organizações juvenis um maior protagonismo na defesa dos vossos interesses, enquanto parceiros na busca de soluções para os problemas que vos afligem, procurando sempre ser parte das decisões.

 

Obviamente que tal facto implica pensar o associativismo juvenil em moldes que assuma e que reinvente espaços verdadeiramente democráticos. Espaços de participação dos jovens, com representações legitimadas que possam negociar, junto dos poderes públicos, num diálogo estruturado, as melhores respostas aos anseios dos diferentes segmentos da juventude cabo-verdianas, à semelhança do que acontece em democracias mais consolidadas.

 

Importa, por isso, pensar mecanismos alternativos de financiamento das Associações e Plataformas juvenis, que promova a autonomia e sustentabilidade das mesmas, e que entidades independentes, vocacionadas para os assuntos juvenis, assumam a gestão criteriosa dos financiamentos a projectos e iniciativas juvenis.

 

Entendemos que uma democracia que se quer moderna terá todo o interesse em que as suas organizações juvenis se assentem sobre estruturas fortes, livres, com lideranças robustas e independentes, porque só assim serão capazes de constituir-se em valiosos instrumentos de sugestão de políticas consistentes, de serem fiéis aos genuínos interesses da juventude, com capacidade de influenciar a esfera pública, e, sobretudo, estarão em condições de reivindicar e de fiscalizar as políticas públicas, no geral, e as juvenis, em particular.

 

Caros amigos contem comigo sempre!

 

Como Presidente da República de Cabo Verde, tudo farei, para continuar a merecer a vossa confiança. Estarei junto de vós, como um parceiro franco, sincero e crítico.

 

Desejo-vos um bom dia internacional da juventude!

 

Muito obrigado

Jorge Carlos de Almeida Fonseca

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publicado às 11:20